Translate

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Por que Balaão decidiu ir para Moabe?

Maria A Paiva


“Resguardem-se de todo tipo de ganância, porque, mesmo quando alguém tem abundância, sua vida não vem das coisas que possui.” — Lucas 12:15



Há uma forte tendência no mundo de querer fazer da religião um negócio lucrativo. O profeta Balaão era desse time. Mas isso é absolutamente perigoso porque “Deus não se deixa escarnecer” (Gálatas 6:7). Alguns pregadores até usam a Bíblia para apoiar suas ideias e investem no conhecimento das técnicas de Marketing para assumir posições de comando em suas instituições. Assim, muitas igrejas que primam pela pregação da Palavra de Deus, mas conscientes da necessidade de aumentar seus recursos financeiros, incorporarem suas ações nesse campo. Sem dúvida é uma iniciativa útil, inclusive no sentido de estimular a multiplicação de membros em suas congregações, mas por outro lado, é condenável fazer esse discurso para converter as pessoas. Ora, o que as pessoas precisam ouvir para a conversão é o verdadeiro evangelho e os verdadeiros discípulos de Jesus são conhecidos em toda a parte como pessoas que pregam “boas novas de algo melhor” (Isaías 52:7).

Viajando pelo deserto por uns quarenta anos, os israelitas venceram muitas guerras contra cidades fortes. Agora, eles
estavam acertando os últimos detalhes para a invasão de Canaã. Para tanto, acamparam-se perto da planície de Jericó, a “cidade das palmeiras”. Do acampamento, os israelitas podiam avistar as torres e palácios de Jericó. Era uma visão lindíssima, completada pelas belas palmeiras. “Quase em casa!” pensavam alguns. Na verdade, estavam perto de tomar posse da terra prometida. Bastava cruzar o rio Jordão. Mas os moabitas não estavam gostando nem um pouquinho dessa história. É que os israelitas estavam acampados bem na fronteira de Moabe, causando terror. Tanto é que Balaque, o rei moabita, quis aliar-se aos midianitas, dizendo:  “Agora essa congregação devorará tudo ao nosso redor, assim como um touro devora a relva do campo” (Números 22:4). Tremendo de medo, midianitas e moabitas não arriscavam atacar os israelitas. Optaram por uma outra ofensiva: lançariam uma maldição sobre Israel.

Para realizar essa missão, Balaque convidou Balaão, o qual, segundo diziam, possuía poderes sobrenaturais. Balaão era um profeta de Deus. O pedido do rei moabita era claro: “Agora venha, por favor, e amaldiçoe esse povo para mim, pois são mais fortes do que eu. Talvez eu possa derrotá-los e expulsá-los desta terra” (Números 22:6). Junto com o pedido, o rei mandou o dinheiro para pagar as maldições.

Como Balaão estava interessado no dinheiro disse: “Passem a noite aqui e eu lhes trarei a resposta que Jeová me der” (Números 22:8). Foi essa a resposta dele à comitiva de príncipes e chefes moabitas. Ele deu a entender nessa resposta que poderia dar um “jeitinho” a fim de que Deus amaldiçoasse Seu próprio povo. Para sua decepção, a resposta de Deus foi: “Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito” (Números 22:12).

Como Balaque não viera chama-lo, decidiu ir atrás. Foi nessa viagem ao encontro do rei Balaque que Balaão aprendeu uma lição de sua própria jumenta. Na estrada, um anjo de Deus apareceu em três ocasiões a fim de acabar com a vida do profeta. O interessante é que apenas o animal conseguiu ver o anjo. Por causa disso se desviou. Se não fosse a jumenta, o anjo o teria matado ali mesmo. E mesmo assim ele bateu três vezes no animal. Balaão queria muito ganhar o favor do rei, mas por quatro tentativas fracassou no seu intuito de amaldiçoar o povo de Israel. Em lugar de maldições, Deus colocou lindas palavras em seus lábios. Por exemplo, falando da organização dos israelitas, ele disse: “Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, as tuas moradas, ó Israel! Como ribeiros se estendem, como jardins à beira dos rios; como árvores de sândalo o Senhor os plantou, como cedros junto às águas” (Números 24:5,6). Referindo-se à força desse povo, Balaão disse: “Ele se agachou, se deitou como um leão, E, como ao leão, quem se atreve a acordá-lo?” (Números 24:9).

Concluindo, será que Balaão aprendeu a lição? Creio que não porque quando chegou em Moabe, ele tentou dizer que coisas ruins iam acontecer com os israelitas. E tentou fazer isso três vezes. Mas Deus fez Balaão dizer que iam acontecer coisas boas com os israelitas.  Maria A. Paiva




REFERÊNCIAS

1.      Ver Lucas 12:15
2.      Gálatas 6:7
3.      Isaías 52:7
4.      Números 22:4
5.      Números 22:6
6.      Números 22:8
7.      Números 22:12
8.      Números 24:5,6
9.      Números 24:9

Nenhum comentário:

Postar um comentário