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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os valentes de Davi


Certamente você já assistiu alguns desses filmes épicos como, por exemplo, Mel Gibson interpretando Coração Valente ou  Os 300 de Esparta, um filme  americano sobre a Batalha das Termópilas, entre Gregos e Persas. Pois é, imagine você, que cenas iguais a essas retratadas por Hollywood podem ter sido bem parecidas com a guerra de um grande personagem bíblico, chamado Davi. Sua história  fala de política, de poder, intriga e lealdades. Naquele tempo, os fortes sobreviviam; os fracos logo desapareciam. Foi durante a época  de Davi  que Israel se tornou verdadeiramente uma nação. Depois das animosidades entre os clãs e rivalidades tribais que caracterizaram o período dos juízes, foi a figura do rei (começando com Saul e, mais tarde, em grau muito mais forte, com Davi e Salomão) que uniu Israel, embora a Bíblia deixe claro que os séculos de pensamento como clã não se encerre em trinta ou quarenta anos.

Davi  não reuniu os  melhores homens, mas sim, aos piores. Em I cr 11: 10-47, vemos a lista dos valentes de Davi, e estes eram aqueles amargurados, endividados, e em aperto.  “E ajuntou-se a ele todo o homem que se achava em aperto, e todo o homem endividado, e todo o homem de espírito desgostoso, e ele se fez capitão deles; e eram com ele uns quatrocentos homens” (1 Samuel 22:2).

Era uma aventura insana comprar briga com Israel naqueles dias. O exército de Israel possuía um rei chamado Davi. Ele era um rei em época de guerra e assumiu a posição de general. Ele era um guerreiro nato e  naquela época era corpo a corpo. Os homens que Davi comandava, eram  temidos pela força e pela coragem. Só no capítulo 12 do Primeiro Livro de Crônicas estão relacionados mais de trezentos e trinta mil homens “de ânimo resoluto”, “munidos de escudo e lança”, “providos para a peleja”, “em condições de ir à guerra”, “providos de toda sorte de instrumentos de guerra”. E o livro de II Samuel 23:8-39 faz um destaque especial dos principais valentes do exército de Davi, nome por nome. São trinta os homens que formavam o cerne do grupo que seguia Davi; almas independentes, homens de astúcia, coragem e vigor. Verdadeiros heróis. Desses trinta, podemos destacar alguns pelos seus feitos extraordinários. O primeiro grupo de três, são: Josebe Bassebete,  Eleazar e Samá.

Com a sua lança Josebe-Bassebete feriu oitocentos filisteus de uma vez. “...Josebe-Bassebete, ... principal dos capitães; ..., que se opusera a oitocentos, e os feriu de uma vez” (2 Samuel 23:8).  Eleazar lutou tanto até a espada ficar entranhada na sua mão. Ela estava sangrando, em carne viva, mas ele continuava firme na luta, ferindo os filisteus. Não parou, porque um valente não desiste quando está sofrendo. Ele é persistente. “... Eleazar, ... Ele era um dos três principais guerreiros e esteve com Davi quando os filisteus se reuniram em Pas-Damim para a batalha. Os israelitas recuaram, mas ele manteve a sua posição e feriu os filisteus até a sua mão ficar dormente e grudar na espada. E o Senhor concedeu uma grande vitória naquele dia.” ( 2 Samuel 23:9-10).

Samá  foi um dos três legendários "valentes" do rei Davi Foi designado como um dos oficiais de Davi, encarregado da milícia durante o quinto mês do ano. Seu maior feito foi a derrota de uma tropa de filisteus. Depois de os israelitas fugirem da tropa filistéia, Samá ficou sozinho e os derrotou. Samá  quando viu os filisteus querendo saquear as plantações de lentilhas, ele se colocou no meio da plantação e com uma só tacada, derrotou um exército inteiro de 300-800 homens, defendendo àquela  terra cultivada.“E depois dele Samá, ... quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus. Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o SENHOR efetuou um grande livramento” (2 Samuel 23:11-12).

A Bíblia também menciona outro grupo de três, que quando Davi estava na caverna de Adulão, desejou beber das águas que estava junto à porta de Belém, sob o domínio dos inimigos. Quando os três ouviram as palavras de Davi, e do desejo de beber das águas de Belém, desceram até o arraial do inimigo, intrépidos e destemidos, trouxeram a água do poço para que o rei a tomasse. Um feito heróico que mereceu um destaque nas Escrituras e elogios do rei: “Suspirou Davi e disse: Quem me dera beber água do poço que está junto à porta de Belém! Então, aqueles três valentes romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram água do poço junto à porta de Belém, e tomaram-na, e a levaram a Davi; ele não a quis beber, porém a derramou como libação ao SENHOR. E disse: Longe de mim, ó SENHOR, fazer tal coisa; beberia eu o sangue dos homens que lá foram com perigo de sua vida? De maneira que não a quis beber. São estas as coisas que fizeram os três valentes.”(II Samuel 23: 16-17).

Também podemos citar Benaia. Abisai, Abiatar e Joabe. Benaia  era o que menos falava, mas cuja obediência era total. Ele “tinha ombros como vigas de uma casa”. Esse homem havia com as próprias mãos matado um leão encurralado numa cova durante uma tempestade de neve. Era destemido. Munido somente de um cajado, Benaia esperava o ataque de um soldado armado; tomava a arma da mão do inimigo e o matava com a lâmina de sua própria espada.

Abisai era o chefe de 30 poderosos guerreiros, Ele distinguiu-se pela sua bravura, rivalizando com a dos três homens mais poderosos do rei Davi.  Abisai era liso como uma enguia, o rosto afilado, e tão magro que, correndo, parecia só pescoço, impossível de agarrar, ferir, golpear, apunhalar ou matar. Certa vez, Abizai abateu sozinho, 300 inimigos flisteus.

Abiatar tinha o dom da doçura. Apesar de toda a amargura, conseguia ser gentil e dirigir um sorriso perfeitamente radiante àqueles que ele amava especialmente Davi, que era para ele toda a sua família. Era filho de Aimeleque, o sacerdote de Nobe que Saul assassinara por ter ele dado pão a Davi. Saul chacinara cada um dos membros da família de Aimeleque, exceto Abiatar, que fugiu a Davi com a estola do pai. Então Davi tinha um oráculo, por meio do qual sondava a vontade do Senhor.

E finalmente Joabe que era filho da irmã de Davi. Ele era  guerreiro, estrategista e podia analisar o campo de batalha num instante: terreno, inimigo, condições meteorológicas, a fria conseqüência política de qualquer ato. Era mais baixo que Davi, e também mais atarracado. Tinha modos rudes.  Seu cabelo era grosso, cinza-ferro. Seus olhos eram de um cinza frio. Tinha queixo forte e  o rosto vincado de soldado.

Foram homens como esses, cheios de coragem, fé e obediência que fizeram de Davi um rei vencedor. Inúmeras foram as vitórias do rei Davi contra os inimigos de Israel. Muitas vitórias e conquistas foram registradas, traduzindo-se estas em terras, homens e tesouros. Mas Deus quis também prestar uma homenagem a esses bravos soldados, que repetidamente foram chamados de “valentes”. É só percorrer os livros de Samuel, I e II Reis e I e II Crônicas para se comprovar essa realidade.

O exército de Davi estava bem preparado. Esses soldados foram treinados e prontos para a guerra. Lemos em  I Crônicas 12:1-2: “... estes eram dos valentes que o ajudavam na guerra. Tinham por arma o arco e usavam tanto da mão direita como da esquerda em arremessar pedras com fundas e em atirar flechas com o arco”. E o texto termina por enumerar os principais entre eles, finalizando a narrativa assim:  “...o menor tinha o encargo de cem homens e o maior de mil.” (1 Crônicas 12:14) 

Um dos mais positivos e claros ensinos da história dos valentes de Davi e suas  vitórias é a capacidade de lutar por um ideal até o fim. Também podemos citar a lealdade com seu líder. Entretanto, sabemos que a  luta de um  valente não é por dia, é para sempre. " Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"(Bertold Brecht). Bem sabemos que há muitas batalhas que precisamos vencer na vida. Que Deus nos dê motivação para que possamos continuar  lutando, e  ter um coração de um verdadeiro valente.

Shalom!

Maria Paiva Corá






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