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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Na presença de Deus


Por  Maria A. Paiva Corá



Não há nada mais terrível do que estarmos separados de Deus. As escrituras chamam isto de morte espiritual. Samuel, um dos profetas do Livro de Mórmon, disse: “Toda a humanidade, tendo sido afastada da presença do Senhor pela queda de Adão, é considerada como morta” (Helamã 14:16). Somente através da Expiação de Jesus Cristo somos redimidos dessa morte espiritual. O profeta Leí ensinou que, devido à Expiação, “todos os homens vão a Deus; portanto se acharão em sua presença(2 Néfi 2:10).

Na Bíblia, em Lucas 10 está registrado um fato interessante sobre estar na presença de Deus. Os versículos 38-42 relatam que Marta hospedou Jesus em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria que “assentada aos pés do Senhor, ouvia a Sua Palavra” (v. 39), enquanto ela própria agitava-se de um lado para outro, “ocupada com muito serviço” (v. 40). A atitude de Maria causou indignação em Marta, o que a levou a reclamar ao Senhor, dizendo: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! " (v.40). A resposta do Senhor foi: “Maria escolheu a boa parte” (v. 42). A boa parte, neste caso, não foi apenas ouvir a Palavra, mas, principalmente, estar na presença do Senhor.

Pode acontecer de ficarmos algum tempo na presença do Senhor sem nada ouvir Dele. Mas, o que realmente importa é estarmos na Sua presença. E como resultado dessa comunhão, temos a redenção da morte espiritual, bem como o aumento de nossa fé Nele.  Também temos a oportunidade de nos arrependermos de nossos pecados e obedecermos aos princípios e às ordenanças do evangelho, conforme está escrito no Livro de Mórmon, em Alma 13:27–30.

O Pai Celestial certamente nos incumbirá de Seus serviços, especialmente a pregação do Evangelho e cuidar dos irmãos que, porventura, estiverem desanimados. Nosso dever é não somente ensiná-los como também leva-los a ver a importância de se consagrar e se reconciliar com Deus continuamente. Porém, antes de ensinar, devemos primeiro praticar. Isso é o ministério do Evangelho da Restauração.

Efésios 4:22 diz: “Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos”. O velho homem se corrompe continuamente, mas o novo, criado segundo Deus, renova-se de dia em dia, pelo Espírito.  No versículo 24 não diz que o novo homem é criado segundo a imagem e semelhança de Deus, mas “criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade”.

Certamente em muitas igrejas sempre existem muito trabalho, todavia, por dependerem pouco do Espírito Santo, falta-lhes vida, o que os levam a ficarem cansados. Precisamos ser renovados constantemente na presença do Senhor! Todos precisamos ver, entretanto, que o Espírito Santo não para, e o mover de Deus é algo progressivo. Tanto os líderes como nós os irmãos devemos seguir em frente de coração íntegro, porque a única perspectiva segura é a esperança confiante no Senhor, como está escrito, por exemplo, na Menorá (o candelabro de sete braços) diante do Parlamento em Jerusalém: “’Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc  4:6).


Shalom!



segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

José, esposado com Maria



Por Maria A. Paiva Corá


Não temos muitas informações a respeito da vida de José na Bíblia. Ele aparece poucas vezes, sendo que no início dos evangelhos de Mateus (capítulos 1 e 2) e Lucas (capítulos 1, 2 e 3). Porém, em Mateus 13:55 e Marcos 6:3, nos informa que ele era carpinteiro, uma profissão prestigiada na época.  Inclusive, o profissional nessa área aparece em primeiro lugar na lista das profissões de Construção Civil, conforme está escrito em  2º Samuel 5:11, 2º Reis 12:11, 2º Reis 22:4-6.

José era da tribo de Judá, a mesma do Rei Davi, e teve de ir de Nazaré na Galileia para Belém na Judeia, cidade dos seus antepassados, para o recenseamento ordenado pelas autoridades romanas. Ele pertencia à casa e à linhagem de Davi, conforme está registrado em Lucas 2:4.

Embora muitos cristãos não gostem de ler a primeira página do Novo Testamento porque tem muitos nomes estranhos, é lá que está o registro da genealogia de Jesus, desde Abraão até José.  “Ao todo são catorze gerações de Abraão a Davi, catorze de Davi até o exílio na Babilônia e catorze do exílio até o Cristo” (Mateus 1:1-17).  Já, em Lucas 3:23-38, temos essa mesma genealogia, porém em sentido contrário, desde José até Adão. Embora as informações diferem, são praticamente coincidentes.

É digno de nota o dia a dia na  profissão de José, para o conhecermos melhor. Para começar podemos dizer que ser carpinteiro naquela época não devia ser nada fácil. Procurar uma boa árvore, para obter a madeira adequada, não era uma tarefa simples. Não havia máquinas para transportar troncos, eles eram arrastados até o local de trabalho. Seu trabalho na carpintaria envolvia frequentemente a utilização de esforço físico e trabalhos ao ar livre.

Quantas vezes José precisou subir às montanhas, pois na maior parte do território de Israel só havia pequenos arbustos. Podemos imaginar sua casa com um grande quintal cheio de troncos de árvores. Nessa época ainda não havia serras elétricas, muito menos estufas para secar a madeira. Todos esses troncos de árvore, tinham de ser serrados manualmente para depois serem secos ao ar quente e seco da Nazaré. Certamente, era um trabalho árduo transformar os troncos em tábuas que pudessem ser utilizadas na sua carpintaria.

A arqueologia tem tido sucesso em fornecer subsídios para reconstruirmos o momento histórico no qual teria vivido Jesus. Um exemplo é o trabalho nas imediações de Nazaré. Escavações encontraram grande número de construções romanas do século 1. O fato jogou nova luz sobre a profissão do pai adotivo de  Jesus. “As novas descobertas mostram que a Galiléia, e em particular a região de Nazaré, era um verdadeiro canteiro de obras na época de Jesus. Muitos  homens adultos estavam envolvidos com alguma atividade ligada à construção civil”, diz Gabriele Cornelli, professor de teologia e filosofia da Universidade Metodista de São Paulo, em um  artigo no Guia do Estudante. 

A construção civil da época era geralmente de pedra. Havia em Jerusalém alguns edifícios, que certamente necessitariam de vigamento de madeira para os pavimentos. A cidade de Séforis, por exemplo, ficava a apenas 6,5 quilômetros a noroeste de Nazaré, onde Jesus foi criado. No entanto, o historiador judeu do primeiro século, Flávio Josefo, chamou-a de “o adorno de toda a Galileia”. Provavelmente havia muito trabalho para os bons carpinteiros da época. É bem possível que José tivesse trabalhado nesses edifícios ajudado pelo filho e jovem Jesus. 




Além de ser profissional competente, José certamente era um homem sábio,  forte, cheio de saúde,  um douto cheio de vigor, conforme Provérbios 24:5.  Ele estava noivo de Maria, uma linda jovenzinha que morava em Nazaré. Logo os preparativos para o casamento estariam concluídos e ela seria finalmente sua esposa. José certamente sentiu falta dela durante os três meses que estivera visitando sua prima na região montanhosa de Judá.

É possível imaginar Maria caminhando vagarosamente pela marcenaria, olhando e passando as mãos nas tábuas e nas peças trabalhadas com perfeição, por José. Quantas peças deveriam estar ali, e no balcão em que José trabalhava, deveria ter martelo, formão, serra circular, trena, serrote e prumo. Certamente foi num ambiente como esse que Maria falou para ele sobre a gravidez. Ela seguramente parecia feliz e preocupada ao mesmo tempo, quando disse que um anjo havia falado que ela teria uma criança. Ela explicou tudo com detalhes, esperando que ele compreendesse. Mas José deve ter pensado que anjos visitavam pessoas no passado, mas em Nazaré naqueles dias era pouco provável. Além disso, sua amada Maria estava grávida. E o que fazer diante de tal situação?




Enquanto Maria observava a reação de José, disse-lhe que o anjo havia dito que  ela teria um filho. Não um menino comum, mas um filho  muito especial. O anjo disse que o bebê seria chamado de Filho de Deus. E na Bíblia lemos que sendo ele justo, e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo (Mateus 1:19).  “Mas, depois de ter pensado nisso, apareceu-lhe um anjo do Senhor em sonho e disse: "José, filho de Davi, não tema receber Maria como sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados". Ao acordar, José fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa” (Mateus 1:20-25). Em Mateus 2:13-14  e Mateus 2:19-21 temos novas aparições do anjo a que José prontamente obedece. Mateus registou também a fuga para o Egito.

Jesus teve pais justos na Terra para cuidar Dele e ensiná-Lo. Lucas mencionou Jesus aos 12 anos, quando ele ficou em Jerusalém, depois da festa. José e Maria voltavam para casa, não O encontrando, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. Depois de três dias O encontraram no templo. Foi Maria que perguntou: "Filho, por que você nos fez isto? Seu pai e eu estávamos aflitos, à sua procura". E José mostrou-se calmo, demonstrando ser um homem pacífico. (ver Lucas 2:41-48).

Apesar de não termos muitas referências sobre José na Bíblia, todas as informações são preciosas e nos mostram um homem de espírito pacífico e tolerante, além de ser um verdadeiro servo de Deus, que cumpriu fielmente a função para a qual  o Senhor o chamou. Parece que hoje em dia pouquíssimos cristãos se preocupam em agradar ao nosso Senhor, embora como servos de Deus tenhamos ainda muito mais motivos para esforçar-nos, para darmos  o melhor que pudermos.

Depois de ler este artigo, talvez você se pergunte: o que devo fazer mais, além do que já faço? Já servi missão de tempo integral, tenho cargo na igreja e faço serviço voluntário. Mas, mesmo uma função espiritual não é significativa, não nos distingue, pois  única e exclusivamente a maneira de COMO fazemos as coisas para o Senhor é o que realmente conta. E, assim como na vida de José, é de acordo com as nossas possiblidades, isso pode ser algo muito simples, algo que não aparece, que não é um espetáculo diante dos olhos dos outros. Somente importa que sejamos fiéis aproveitando as oportunidades onde os caminhos estão abertos para nós.

Um grande abraço!




terça-feira, 20 de outubro de 2015

A vida de uma refugiada

                               
                                         Angelina Jolie conversa com crianças síria em campo de refugiados no Líbano 


Por Maria A Paiva Corá


A guerra na Síria, uma das mais cruéis dos nossos dias, começou em março de 2011, devastou o país inteiro, matou mais de 240 mil pessoas e empurrou para fora das fronteiras 4 milhões de cidadãos. Numa reportagem da Revista Claudia de Outubro deste ano, com o título “Vida de Refugiada” lemos histórias de quatro mulheres que chegaram ao Brasil depois de escapar de guerras e perseguições em seus países.

Eu não podia ficar indiferente a essas histórias tão comoventes. Segundo a reportagem, são milhares de mulheres que deixaram suas crianças para trás, fugindo de uma das 15 guerras em curso no mundo e de intolerância política, étnica ou religiosa. A atual onda de deslocados configura, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a maior crise migratória desde a Segunda Guerra. Só neste ano de 2015, 340 mil pessoas saíram às pressas, principalmente da Síria e de nações da África, para recomeçar a vida na Europa.

Vou enfatizar aqui a história de uma refugiada da Síria, Mayada (50 anos), casada, duas filhas e professora de francês na Universidade de Damasco. Para ela, foi um dos dias mais tristes de sua vida. Ela estava levando sua filha mais velha para prestar vestibular. No caminho até o local da prova, elas só enxergaram corpos pelas ruas. “Nunca tínhamos visto um cadáver, disse ela. Na sua cultura, coloca-se um lençol branco em cima dele para preservar a imagem do morto".

Uma coisa chamou minha atenção em sua história: ela só decidiu abandonar tudo e sair daquele lugar tenebroso quando viu a morte de perto. Conforme seu relato eram muitos corpos estirados nas ruas. Chocada, ela reagiu àquela tragédia dolorosa. Ela não conseguiu ficar parada assistindo tudo e não fazer nada a respeito. A morte é uma realidade com a qual somos confrontados diariamente através das notícias nos jornais e na televisão, mas não estamos preparados quando acontece perto de nós.

“Não sei por que chamam isso de primavera árabe. É, na verdade, um inverno muito rigoroso e longo”, disse Mayada. “Eu amo a minha Síria, a que conheci, não a que existe hoje. Essa não me interessa”, completou ela. Foi no final de 2013, o aeroporto de Damasco funcionava com alguma regularidade e ela, com o marido e duas filhas adolescentes conseguiram voar para a liberdade. Na Síria, ela deixou, além de casa, um terreno, carros e o consultório de prótese dentário do marido. “Não temos mais nada” fala emocionada.

Nos últimos dois anos, o Brasil facilitou a concessão de vistos a sírios, e eles já são mais de 1,7 mil, o maior grupo de refugiados recomeçando a vida aqui. Mayada e as outras três mulheres da reportagem vivem com suas famílias em São Paulo e têm lutas parecidas com as de outras refugiadas. Mayada gosta de ir à feira e à igreja. A família se mantém com as próteses feitas pelo marido e ela dá aulas particulares de francês. Ela reconhece a importância da união da família para um bom recomeço longe do país de origem.

Sem dúvida alguma, só uma mãe determinada e cheia de fé tomaria uma decisão assim. Por quê? Porque ela é mãe. Simples assim. Quando percebeu a gravidade do problema, escolheu vida para ela e sua família. Assim como ela, outras mães refugiadas passam por situações semelhantes. Muitas não tiveram a mesma chance que Mayada, pois foram obrigadas a deixarem seus filhos para trás, nem sequer sabem onde eles estão e/ou se permanecem vivos. Fico pensando na dor dessas mulheres refugiadas que assim como "Raquel chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem" (Mateus 2:18).

Contudo Deus é Amor. Quem tem fé louva a Deus e espera. Somos os descendentes da fé, os herdeiros das promessas de Deus. É Ele quem diz para essas mães sofredoras: "Contenha o seu choro e as suas lágrimas, pois o seu sofrimento será recompensado". "Eles voltarão da terra do inimigo. Por isso há esperança para o seu futuro". "Seus filhos voltarão para a sua pátria (Jeremias 31:16,17).

 

Joseph F. Smith disse certa vez que sua mãe foi para ele um exemplo de determinação e fé. Ao descrever sua nobre influência, ele disse: “Lembro-me de minha mãe na época em que morávamos em Nauvoo [1839–1846]. Lembro-me de vê-la com seus filhos indefesos apressadamente reunidos em uma balsa, com uns poucos pertences que conseguiu tirar de sua casa quando a cidade de Nauvoo começou a ser bombardeada por seus inimigos” (Da Vida de Joseph F. Smith).


Queremos paz! Mas “a paz significa mais do que ausência de guerras”. O fato de que, quase 60 anos após a II Guerra Mundial, prosseguem continuamente os conflitos e guerras, mostra que o homem não evoluiu. Existe muita crueldade no mundo. São ditadores e líderes políticos sem escrúpulos. A situação parece igual à do antigo Egito ou da Babilônia de Nabucodonosor. Apenas mudou o cenário. A paz baseia-se na justiça, como ensina a Bíblia: "O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre" (Isaías 32.17). 

Mas o profeta Isaías viu um mundo vindouro em que haverá paz. Ele afirma que o Reino da Paz será trazido e mantido por um Menino - Príncipe da Paz: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto" (Isaías  9.6-7).

Deus é soberano em tudo o que faz e a Bíblia é muito doce ao registrar os atos previamente arranjados de Deus. Para àqueles que confiam sua vida ao nosso Pai Celestial, temos a promessa: "a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus" (Filipenses 4.7).  Que as bênçãos do céu estejam com todas as mães desta nação e de todas as nações. Que seus lares sejam repletos de harmonia e amor e que possam construir um belo testemunho. Que dia após dia o Senhor faça de nós um tipo de pessoa que possa glorificar Seu nome.

Shalom!









quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Por Que Estudar o LIVRO DE MÓRMON?



Por Maria A. Paiva Corá


Muitas pessoas demonstram uma atitude negativa para com o Livro de Mórmon. Alguns dizem: “Só leio a Bíblia”. Outros afirmam: “Se ninguém consegue entender a  Bíblia, por que dar-se ao trabalho de ler mais um Livro?”. Há outros, ainda, que declaram: “Nós não estudaremos o Livro de Mórmon porque ele não é verdadeiro! ”.

Para os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias o Livro de Mórmon é a Palavra de Deus. Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos declarou: “Nada em nossa história e em nossa mensagem é mais penetrante do que a inflexível declaração de que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus. E aqui nós criamos um divisor de águas” (“Verdadeiro ou Falso”, A Liahona, junho de 1996, p. 48).

Segundo o Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) o momento em que o Livro de Mórmon surgiu demonstra sua importância para a Restauração do evangelho: “ (…) Um vigoroso testemunho da importância do Livro de Mórmon é a ordem em que ele aparece em meio aos eventos da Restauração. A única coisa que o precedeu foi a Primeira Visão. Naquela assombrosa manifestação, o Profeta Joseph Smith aprendeu qual é a verdadeira natureza de Deus e também ficou sabendo que o Pai tinha um trabalho a ser executado por ele. O passo seguinte foi o surgimento do Livro de Mórmon”.

Já Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que o Livro de Mórmon foi escrito para nossos dias: “Os principais autores do Livro de Mórmon sabiam plenamente que seus escritos se dirigiam principalmente às pessoas de uma geração futura, e não às pessoas da própria geração deles. Morôni escreveu para nossa geração: ‘Eu vos falo como se estivésseis presentes’ (Mórmon 8:35)” (Conference Report, outubro de 2005, p. 5; ou“Bênçãos Decorrentes da Leitura do Livro de Mórmon”, A Liahona, novembro de 2005, p. 6).

Na Bíblia Deus declara: “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei” (Is 46.9-11; cf. Is 14.24,26-27).

Esses textos da Bíblia Sagrada revelam a existência de um único Deus verdadeiro, o qual tem um propósito soberano para a história. No passado, Deus determinou aquilo que aconteceria na Terra; além disso, Ele, por intermédio dos profetas, declarou ao ser humano os acontecimentos futuros, até mesmo o fim de nossa história. Então, no decorrer da história, Deus soberanamente leva ao pleno cumprimento tudo aquilo que Ele planejou, determinou e declarou através dos profetas. Ninguém pode entender o propósito de Deus para a história da humanidade sem o estudo das Escrituras Sagradas.

O Livro de Mórmon também faz parte das Escrituras Sagradas, é também o registro escrito do que Deus disse ao homem, por intermédio de Seus profetas, acerca de muitos acontecimentos, inclusive do que diz respeito ao futuro de seu povo. Deus permitiu que esse livro fosse encontrado e traduzido, porque tem um objetivo e que não deve ser ignorado por nós.

Ele é uma excelente ferramenta de evangelização. Eu sou testemunha da conversão de pessoas que chegaram ao pleno conhecimento da salvação em Jesus Cristo através do Livro de Mórmon. Todo crente que se esquiva do estudo e do ensino dessa parte das Escrituras Sagradas perde a oportunidade de usar uma eficiente ferramenta de evangelização que o Senhor nos concedeu.

Aqueles que o consideram irrelevante e não o estudam cairão em grande erro. O Livro de Mórmon é “Outro Testamento de Jesus Cristo”.  Ele foi escrito por mandamento e também pelo espírito de profecia e de revelação. Joseph Smith foi quem traduziu os originais das placas de ouro com o propósito de convencer os judeus e os gentios de que Jesus é o Cristo, o Deus Eterno, que se manifesta a todas as nações.

Em Doutrina e Convênios 20:8–12, está escrito:
E deu-lhe poder do alto, pelos meios que haviam antes sido preparados, para traduzir o Livro de Mórmon; Que contém um registro de um povo decaído e a plenitude do evangelho de Jesus Cristo aos gentios e também aos judeus; O qual foi dado por inspiração e é confirmado a outros pelo ministério de anjos, sendo por eles proclamado ao mundo — Provando ao mundo que as santas escrituras são verdadeiras e que Deus inspira os homens e chama-os para sua santa obra, nesta época e nesta geração, assim como em gerações passadas; Mostrando assim que Ele é o mesmo Deus ontem, hoje e para sempre”.

Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu que O Livro de Mórmon “deveria ser considerado o texto religioso mais notável e importante revelado desde que os escritos do Novo Testamento foram compilados há quase dois mil anos. Na verdade, em sua função de restaurar verdades bíblicas claras e preciosas que se haviam perdido e, ao mesmo tempo, acrescentar dezenas de novas verdades sobre Jesus Cristo e preparar o caminho para a total restauração de Seu evangelho e para o dia triunfal de Seu retorno, o Livro de Mórmon pode ser considerado o texto religioso mais notável e importante já trazido ao mundo” (Christ and the New Covenant, 1997, pp. 9–10).

Quando dizemos que Jesus é o Cristo, estamos testificando que Ele é Aquele que foi ungido para salvar-nos. E ao sermos membros da Igreja do Senhor, fazemos parte da casa de Israel. O Livro de Mórmon é crucial no evangelho restaurado, pois com ele achegamo-nos mais ao Senhor quando o estudamos em espírito de oração.

O desejo de agradar e glorificar a Deus deve ser aquilo que nos motiva, proporcionando-nos o autêntico propósito e sentido da vida – não o dinheiro, os bens materiais ou a fama. Uma vez que todas as realidades terrenas são temporárias e estão destinadas à destruição, é preciso que ajustemos nossos valores e prioridades àquelas do eterno.

Shalom!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O segredo de Josafá


Por Maria A. Paiva Corá


Obviamente não foi por acaso que Josafá, rei de Judá, foi poupado de sofrer o castigo da ira de Deus. Afinal, ele em tudo buscou ao Deus de seu pai, andou nos seus mandamentos” ( 2 Crônicas 17:4 ). Ele costumava procurar os sacerdotes e os profetas. Assim como nos dias atuais, na época havia muitos falsos profetas, mas também havia vários profetas verdadeiros, homens de Deus de fato. Estes não apenas tinham uma visão antecipada das coisas, como conheciam profundamente a vontade de Deus.

Josafá sabia que nada poderia fazer sem antes consultar o Senhor, pois era um homem de Deus. Como homem que também entendia o coração do Pai Celestial, ele sabia que nada poderia fazer sem Ele. Quando saía às batalhas, ele bem que poderia confiar em seu numeroso exército, mas não fez isso. Ele aprendeu a confiar em Deus e na Bíblia lemos que  “o Senhor era com Josafá ( 2 Crônicas 17:3).

É fato notório que ele sabia claramente que as vitórias não dependiam de suas ações, mas totalmente de Deus abençoá-lo e ser com ele. Mesmo no caso da aliança com Acabe, rei de Israel, Josafá tentou persuadi-lo a primeiro consultar o Senhor a respeito: "Peço-te que busques primeiro o conselho do Senhor" (2 Crônicas 18:4).  Sabemos que Josafá errou em fazer essa aliança e foi severamente repreendido por isso: “e Jeú, filho de Hanani, o vidente, saiu ao encontro do rei Josafá e lhe disse: Devias tu ajudar ao ímpio, e amar aqueles que odeiam ao Senhor? ( 2 Crônicas 19:2 ). Mas  “boas coisas contudo se acharam em Josafá; porque [...] preparou o seu coração para buscar a Deus” ( 2 Crônicas 19:3 ). Por causa disso Deus ainda o guardou e o protegeu da morte.

O segredo de Josafá era as atitudes dele frente às circunstâncias e ele sabia que  seu destino estava nas mãos do Senhor. Quem busca uma vida bem-sucedida segundo os princípios divinos mantém o equilíbrio. Assim como Josafá, sejamos pessoas corajosas, “porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação (2 Timóteo 1:7). Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniquidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno” (2 Crônicas 19:7).

Shalom!


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O caminho estreito e o Sonho de Leí



O caminho estreito é aquele pelo qual Deus nos dirige. Pode ser pedregoso e difícil, e muitas pessoas podem recusar-se a andar por ele, contudo, é somente ele que nos leva para a eternidade. Nesse caminho aprendemos que a obediência e o comprometimento com nosso Salvador são fundamentais para fortalecer nossa fé e nos levar para o centro da vontade de Deus. Sendo assim, as crises e as dificuldades não devem ser consideradas como algo extremamente ruim, mas como algo que contribuirá para nosso crescimento espiritual e nos fortalecer diante das dificuldades e das perdas da vida.


Lemos no Livro de Mórmon uma parábola maravilhosa sobre perseverança: “A visão de Leí da árvore da vida”. Estudando e ponderando a respeito desse sonho e, aplicando à nossa vida, podemos tirar lições relevantes.  Leí se encontrava sozinho “num escuro e triste deserto”, como podemos ler em 1 Néfi 8:7E aconteceu que enquanto o seguia, vi que eu estava num escuro e triste deserto”. Na trajetória da nossa vida espiritual, também passamos por período de trevas e solidão. Por isso, quando somos batizados e começamos a andar com Cristo Jesus, nosso Salvador e Senhor, nascemos de novo e é justamente nesse momento que mais precisamos perseverar, porque somos como crianças espirituais, crescendo na graça, na fé e no conhecimento de Deus.


A árvore da vida é o ponto central do sonho de Leí. Tudo direciona nossa atenção à árvore da vida porque ela representa Cristo, que é a clara manifestação do amor de Deus. O fruto da árvore é um símbolo da vida eterna que também representa as bênçãos de Sua Expiação e evidencia o grande amor de Deus “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). 


As crises acontecem para fazer-nos crescer, sendo assim não devemos prostrar-nos diante dos problemas; antes, devemos enfrenta-las com fé e esperança. Assim também contribuiremos para ajudar outros em momentos difíceis, fortalecendo lhes o ânimo e a fé. No caminho para a eternidade, não podemos pegar atalhos, eles são extremamente perigosos e podem nos levar à destruição. Mas não precisamos ter receio, vamos segurar firme na barra de ferro, que simboliza a palavra de Deus — que inclui as escrituras, as palavras inspiradas dos profetas e dos líderes da Igreja para  conseguirmos vitórias e grande honra.


Portanto agarre-se continuamente à barra de ferro” e se for preciso, mude o que for necessário e até mesmo o seu estilo de vida para continuar crescendo em graça e sabedoria diante de Deus. Não fique triste nem desanimado. Medite no que está escrito em 2 Coríntios 4:7-9: Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos".    


O nosso tesouro é Jesus. Ele que nos faz cheios de luz e brilhantes. Ele nos fez uma maravilhosa promessa em Mateus 28:20b e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.  Então não sucumba diante das dificuldades em seu dia-a-dia. Enfrente-as certo de que se você escolher o caminho certo não se desviando dele, certamente muitas bênçãos serão sobre sua vida e testifico lhe que o evangelho é verdadeiro.




Maria A Paiva Corá