É a sua vida que eu quero bordar na minha
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
Como se eu fosse o pano e você fosse a linha
E a agulha do real nas mãos da fantasia
Fosse bordando ponto a ponto nosso dia-a-dia
E fosse aparecendo aos poucos nosso amor
Os nossos sentimentos loucos, nosso amor
O zig-zag do tormento, as cores da alegria
A curva generosa da compreensão
Formando a pétala da rosa, da paixão
A sua vida o meu caminho, nosso amor
Você a linha e eu o linho, nosso amor
Nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa
Reproduzidos no bordado
A casa, a estrada, a correnteza
O sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza
A palavra lida e a palavra cantada
Quando nos referimos à palavra lida, estamos falando de poesia. E, quando referimos à palavra cantada, queremos dizer música popular.
Grande parte da música popular brasileira tem qualidades literárias, temas complexos, linguagem bem cuidada e rimas ricas.
É o caso da canção “A linha e o linho” composta por Gilberto Gil. Ele usa o concreto a fim de sugerir o abstrato.
O cantor, ao comparar a linha e o linho com o amor, está mostrando que o relacionamento amoroso se faz no dia a dia, construído com muitos pontos, muitas texturas e cores.
Shalom!
Maria A. Paiva Corá
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