Nos rochedos de calcáreos de Rügen , de K. D. Friedrich. O quadro resume o sentimento de insaciedade pelo infinito que caracterizou o movimento romântico.
Trata-se de uma das características da literatura romântica decorrente de uma visão de mundo centrada no indivíduo, movimento artístico que surgiu na Alemanha, por volta de 1800 que conquistou a Inglaterra, a França e, posteriormente, todas as literaturas européias e americanas. Com uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo, buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.
O romântico acredita que o espírito humano busca sempre a perfeição, a totalidade, o absoluto, o infinito. No entanto, o homem é incapaz de atingir esse estado, por ser uma criatura imperfeita. A constatação dessa impossibilidade produz insatisfação, angústia e até uma obsessiva atração pela morte, encarada como saída definitiva para resolver tal insaciedade.
Ansiando por uma plenitude impossível, o romântico sente-se desajustado no mundo. Ele vê o homem de sua época como um ser fragmentado, reduzido a uma simples peça da engrenagem social. Dessa análise da realidade resulta uma sensação de perda da individualidade.
Tal desajustamento conduz ao chamado mal-do-século, definido como a aflição, a angústia, a dor decorrente da falta de sintonia com a sua época.
Desse desajuste resultam:
- pessimismo;
- gosto pela melancolia e pelo sofrimento;
- busca da solidão.
Procurando saídas para esse desequilíbrio, o romântico desenvolve mecanismos de evasão da realidade.
Maria A. Paiva Corá
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