É terrível o
estado de ânimo em que se encontra a maioria das pessoas,
principalmente os jovens.  São sentimentos
de tédio, enfado, apatia e indiferença. Uma mulher disse certa vez: “São Paulo pode ser um tédio, mas já morei no
mato nove anos e achava um tédio. Não aguento marasmo. Um dia larguei tudo e
decidi ir morar na França. Estava entediada com a minha vida. Voltei nove meses
depois, entediada.” Por esse testemunho 
podemos perceber  que o tédio não
é exclusivamente deste ou daquele lugar, mas parece ser uma “bagagem” que a própria pessoa carrega
para onde vai. 
O número de pessoas deprimidas vem aumentando  sensivelmente  nos últimos  anos e o suicídio já aparece como a terceira
maior causa de morte entre jovens nos Estados Unidos. Pesquisas
realizadas por órgãos da ONU, em diversos países (desenvolvidos e em
desenvolvimento) constatam que o tédio não é “privilégio”  de pessoas jovens. Esse sentimento ocorre com
grande frequência  entre  adolescentes e na terceira idade. Mas qual  será então a razão de tanto  desânimo?
Essa doença  já foi diagnosticada há muito e muito  tempo atrás . Certo homem, em sua velhice,  já havia experimentado  tudo que o mundo
de sua época podia oferecer.  Ele era rei e também o homem mais rico e
poderoso. Seu  reino estendia-se por
várias nações que lhe pagavam muitos  impostos. Ele “era o mais rico e o mais sábio de
todos os reis da terra” (1 Reis 10:23). Nada do que havia na terra lhe era inacessível; pois com
seu dinheiro e com sua autoridade ele tinha tudo o que desejava. Para se ter
uma ideia de suas riquezas, “O peso do ouro que (...) recebia anualmente
era de vinte e três toneladas e trezentos quilos,  fora os impostos pagos por mercadores e
comerciantes e por todos os reis da Arábia e pelos governadores do país”
(1 Reis 10:14-15). “Mandou fazer ainda um grande trono de marfim
revestido de ouro puro” (1 Reis 10:18). “Tinha no mar uma frota de navios mercantes junto com os
navios de Hirão. Cada três anos a frota voltava, trazendo ouro, prata, marfim,
macacos e pavões” (1 Reis 10:22). “Casou com setecentas princesas e trezentas
concubinas” (1
Reis 11:3). Você  já deve ter percebido que estamos falando de
Salomão.
Além de rico e
generoso, o rei Salomão recebeu sabedoria da parte de Deus. “Ele
era mais sábio do que qualquer outro homem” (1 Reis 4:31). Foi ele quem 
escreveu três mil provérbios, compôs mil e cinco cânticos e foi tremendamente
usado  por Deus, sob a inspiração do
Espírito Santo, para escrever três dos livros da Bíblia (Provérbios, Cantares e
Eclesiastes), além de dois salmos. Em Eclesiastes,
Salomão analisa a vida humana e ao
considerar sua vida, suas realizações e riquezas acumuladas, ele percebeu  que tudo é “ Vaidade de vaidades”.  Ele
diz: “Vaidade
de vaidades! Tudo é vaidade. Todas as coisas trazem canseira. Tudo (...)  era correr atrás do vento” (Eclesiastes 1:2,8; 2:17). O livro é cheio de  expressões como: vaidade, canseira, enfado...
Parece que, já em sua época, Salomão entendia o tédio da nossa geração.
Mas qual é mesmo a
razão do tédio? Por que os prazeres da carne, riquezas materiais, realizações
pessoais e conhecimento não trazem satisfação plena? Veja estes  versículos interessantes  em Eclesiastes 3:10 e11:  “Tenho visto o fardo que Deus impôs aos
homens. Ele (...) pôs no coração do homem o anseio pela eternidade”.  Por isso o ser humano necessita tanto experimentar
um viver que possa produzir frutos para a eternidade (João 4: 36 ). Uma forte evidência disso foi o que aconteceu com um certo
homem descrito na Bíblia. Ele “correu em direção a Jesus, pôs-se de joelhos diante dEle e lhe
perguntou: Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? "  (Marcos 10:17).
Como podemos
ver temos uma grande necessidade de  construir algo para a vida eterna. E até  mesmo nos nossos sofrimentos experimentamos  essa  realidade. O apóstolo
Paulo disse em 2 Coríntios 4:17:  “pois
os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória
eterna”. 
Shalom!
Maria A. Paiva
 

 
 
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