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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vaidade, canseira, enfado...




É terrível o estado de ânimo em que se encontra a maioria das pessoas, principalmente os jovens.  São sentimentos de tédio, enfado, apatia e indiferença. Uma mulher disse certa vez: “São Paulo pode ser um tédio, mas já morei no mato nove anos e achava um tédio. Não aguento marasmo. Um dia larguei tudo e decidi ir morar na França. Estava entediada com a minha vida. Voltei nove meses depois, entediada.” Por esse testemunho  podemos perceber  que o tédio não é exclusivamente deste ou daquele lugar, mas parece ser uma “bagagem” que a própria pessoa carrega para onde vai. 

O número de pessoas deprimidas vem aumentando  sensivelmente  nos últimos  anos e o suicídio já aparece como a terceira maior causa de morte entre jovens nos Estados Unidos. Pesquisas realizadas por órgãos da ONU, em diversos países (desenvolvidos e em desenvolvimento) constatam que o tédio não é “privilégio  de pessoas jovens. Esse sentimento ocorre com grande frequência  entre  adolescentes e na terceira idade. Mas qual  será então a razão de tanto  desânimo?

Essa doença  já foi diagnosticada há muito e muito  tempo atrás . Certo homem, em sua velhice,  já havia experimentado  tudo que o mundo de sua época podia oferecer.  Ele era rei e também o homem mais rico e poderoso. Seu  reino estendia-se por várias nações que lhe pagavam muitos  impostos. Ele “era o mais rico e o mais sábio de todos os reis da terra (1 Reis 10:23). Nada do que havia na terra lhe era inacessível; pois com seu dinheiro e com sua autoridade ele tinha tudo o que desejava. Para se ter uma ideia de suas riquezas, “O peso do ouro que (...) recebia anualmente era de vinte e três toneladas e trezentos quilos,  fora os impostos pagos por mercadores e comerciantes e por todos os reis da Arábia e pelos governadores do país” (1 Reis 10:14-15). “Mandou fazer ainda um grande trono de marfim revestido de ouro puro” (1 Reis 10:18). “Tinha no mar uma frota de navios mercantes junto com os navios de Hirão. Cada três anos a frota voltava, trazendo ouro, prata, marfim, macacos e pavões” (1 Reis 10:22). “Casou com setecentas princesas e trezentas concubinas” (1 Reis 11:3). Você  já deve ter percebido que estamos falando de Salomão.

Além de rico e generoso, o rei Salomão recebeu sabedoria da parte de Deus. “Ele era mais sábio do que qualquer outro homem” (1 Reis 4:31). Foi ele quem  escreveu três mil provérbios, compôs mil e cinco cânticos e foi tremendamente usado  por Deus, sob a inspiração do Espírito Santo, para escrever três dos livros da Bíblia (Provérbios, Cantares e Eclesiastes), além de dois salmos. Em Eclesiastes, Salomão analisa a vida humana e ao considerar sua vida, suas realizações e riquezas acumuladas, ele percebeu  que tudo é “ Vaidade de vaidades”.  Ele diz: “Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Todas as coisas trazem canseira. Tudo (...)  era correr atrás do vento(Eclesiastes 1:2,8; 2:17). O livro é cheio de  expressões como: vaidade, canseira, enfado... Parece que, já em sua época, Salomão entendia o tédio da nossa geração.

Mas qual é mesmo a razão do tédio? Por que os prazeres da carne, riquezas materiais, realizações pessoais e conhecimento não trazem satisfação plena? Veja estes  versículos interessantes  em Eclesiastes 3:10 e11:  “Tenho visto o fardo que Deus impôs aos homens. Ele (...) pôs no coração do homem o anseio pela eternidade”.  Por isso o ser humano necessita tanto experimentar um viver que possa produzir frutos para a eternidade (João 4: 36 ). Uma forte evidência disso foi o que aconteceu com um certo homem descrito na Bíblia. Ele “correu em direção a Jesus, pôs-se de joelhos diante dEle e lhe perguntou: Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna? "  (Marcos 10:17).

Como podemos ver temos uma grande necessidade de  construir algo para a vida eterna. E até  mesmo nos nossos sofrimentos experimentamos  essa  realidade. O apóstolo Paulo disse em 2 Coríntios 4:17:  “pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna”.

Shalom!

Maria A. Paiva

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