A exemplo do que já acontecera em outros campos artísticos, a pintura romântica mostra o abandono das regras que guiavam os artistas da fase anterior.
A liberdade de criação e o individualismo tornam-se responsáveis por uma maneira muito emotiva de enxergar e representar a realidade, como se pode observar no quadro A Liberdade Guiando o Povo, uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X.
Esse quadro foi inspirado nos acontecimentos políticos de 1830, quando o rei Carlos X assinou decretos que visavam trazer de volta os poderes absolutistas. A reação burguesa foi violenta. O pintor Delacroix retrata essa reação de maneira dramática nessa obra, uma das mais representativas da pintura do Romantismo. Nele podemos ver uma mulher representando a Liberdade e guiando o povo por cima dos corpos dos derrotados, levando a bandeira tricolor da Revolução francesa em uma mão e brandindo um mosquete com baioneta na outra. A pintura é talvez a obra mais conhecida de Delacroix.
No momento em que Delacroix pintou o quadro, ele já era o líder reconhecido na escola era romântica na pintura francesa. Delacroix, que nasceu na Era do Iluminismo foi dando lugar às ideias e estilo do romantismo, rejeitando a ênfase no desenho preciso que caracterizou a arte acadêmica de seu tempo, e ao invés dar uma nova importância à cor livre.
Delacroix pintou o seu trabalho no Outono de 1830. Numa carta ao seu irmão de 12 de Outubro, ele escreveu: "O meu mau humor está desaparecendo graças ao trabalho árduo. Embarquei num tema moderno - a barricada. Mesmo que não tivesse lutado pelo meu país, pelo menos pinto-a". A pintura foi exibida pela primeira vez no Salão de Maio de 1831.
Trata-se de um quadro polêmico não apenas pelo peito nu da mulher que representa a Liberdade, mas também pela realidade daquela situação com os soldados mortos e despidos e pelos revolucionários que são representados como a ralé da cidade e pessoas comuns que expressam medo.
Shalom!
Maria A. Paiva Corá
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