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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A flor que anuncia a Páscoa



Quaresmeira ou Manacá-da-serra 

... estamos muito longe de compreender inteiramente o ecossistema das florestas tropicais; na realidade, cada nova descoberta expõe novas áreas de nossa ignorância. Mas temos que tentar aprender tudo o que pudermos, enquanto existirem essas magníficas florestas ...
John Mackinnon




As Quaresmeiras têm esse nome porque parte da floração mais intensa é próxima ao período religioso da Quaresma, que vai da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa, período de reflexão que antecede a Páscoa para os católicos. Interessante é que a cor símbolo da Páscoa é o roxo, mesma tonalidade de cor das flores das quaresmeiras. Assim como os santos dentro das igrejas, elas se cobrem de flores roxas quando acaba o carnaval e fica desse jeito até a semana santa.
A Quaresmeira  é uma árvore muito bonita e, como é própria das florestas tropicais, torna-se necessário a sua preservação porque trata-se de nosso  patrimônio natural. Também é conhecida como  manacá-da-serra,  flor-da-quaresma, jacatirão-de-capote e pau-de-flor. As espécies de maior ocorrência na Mata Atlântica são a Tibouchina mutabilise a Tibouchina sellowiana.

Além de sua importância ecológica, a quaresmeira é muito utilizada na arborização urbana, com fins paisagísticos, devido à beleza de suas flores e por não apresentar raízes agressivas, permitindo seu plantio em diversos espaços, desde isoladas em calçadas, até em pequenos bosques de grandes parques públicos e seu crescimento é rápido.

As flores são solitárias, grandes, vistosas e duráveis. Desabrocham com a cor branca e gradativamente vão se tornando violáceas, passando pelo rosa. Esta particularidade faz com que na mesma planta sejam observadas flores de três  cores.

Um fato bastante curioso é que o estresse faz as quaresmeiras florirem. Na mata original, a quaresmeira pode viver de 60 a 70 anos. Com o estresse das cidades, elas vivem menos de 50 anos e podem florescer três vezes por ano. As maiores vítimas do estresse são as quaresmeiras que se encontram isoladas nas ruas. Os vilões são o monóxido de carbono, produzido pela queima de combustível dos veículos, o ozônio, a falta de adubação e o pequeno espaço para crescimento e expansão de  suas raízes, além das podas drásticas.

É curioso que, segundo os pesquisadores, as plantas estressadas sabem que terão vida mais curta e produzem mais flores para garantir mais sementes e mais "descendentes". A floração é a forma de perpetuação da espécie. Nas quaresmeiras, as mais velhas vão ficando cada vez mais exuberantes.

Quem contemplar a natureza e afirmar que tudo isso aconteceu por acaso, ou simplesmente foi um acidente, sem um planejador, acredita num milagre muito mais prodigioso do que aqueles que são relatados na Bíblia.  Confesso que tudo que tenho visto na natureza me faz acreditar na existência de um Criador: DEUS!

Shalom!

Maria Paiva Corá














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