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sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Grito de Munch


                    Edvard Munch

Certa noite eu caminhava por uma via, a cidade de um lado e o fiorde embaixo. Senti-me cansado, doente...
O sol se punha e as nuvens tornavam-se vermelho-sangue. Senti um grito passar pela natureza; pareceu-me ter ouvido o grito. Pintei esse quadro, pintei as nuvens como sangue real. A cor uivava.

                       Edvardo Munch. Os grandes artistas. São Paulo, Nova Cultural.




FALANDO SOBRE O AUTOR E SUA OBRA

Edvard Munch foi um pintor norueguês precursor do expressionismo (onde o que interessa para o artista é a expressão de suas ideias e não um retrato da realidade).  Foi um dos artistas-chave para derrubar a concepção da pintura comprometida com a imitação de imagens naturais. O grito é a mais célebre das suas obras e o exemplo fundamental de abandono do naturalismo em prol do impacto emocional da obra.

O Grito é uma pintura do norueguês Edvard Munch, datada de 1893. A obra representa uma figura andrógena num momento de profunda angústia e desespero existencial. O pano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-Sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural, a par da Mona Lisa de Leonardo da Vinci.

É interessante observarmos que as cores não correspondem a um retrato do real; o céu está pintado de alaranjado, por exemplo. Ao lermos o texto que acompanha a obra, podemos perceber as emoções que o artista tenta transmitir ao pintar dessa maneira.O fato de Munch usar a linguagem escrita para falar sobre seu quadro auxilia na compreensão da obra.

A fonte de inspiração d’O Grito pode ser encontrada na vida pessoal do próprio Munch, um homem educado por um pai controlador, que assistiu quando criança à morte da mãe e de uma irmã. Decidido a lutar pelo sonho de se dedicar à pintura, Munch cortou relações com o pai e integrou a cena artística de Oslo.

Vemos ao fundo um céu de (cores quentes), em oposição ao rio em azul (cor fria) que sobe acima do horizonte, característica do expressionismo. Vemos que a figura humana também está em cores frias, azul, como a cor da angústia e da dor, sem cabelo para demonstrar um estado de saúde precário. Os elementos descritos estão tortos, como se reproduzindo o grito dado pela figura, como se entortando com o berro, algo que reproduza as ondas sonoras. É interessante observarmos que quase tudo está torto, menos a ponte e as duas figuras que estão no canto esquerdo. Tudo que se abalou com o grito e com a cena presenciada está torto, quem não se abalou (supostamente seus amigos) e a ponte, que é de concreto e não é "natural" como os outros elementos, continua reto.

Eu gostei da tela e achei incrível o trabalho  de Munch  porque podemos perceber na obra que a dor do grito está presente não só na personagem, mas também no fundo, o que demonstra  que a vida para quem sofre não é como as outras pessoas a enxergam. Uma característica interessante  também do quadro é que acabamos por nos identificar  tanto com ele que até  podemos sentir a dor e o grito dado pelo personagem.


Shalom!


Maria A. Paiva Corá



Aprendemos arte também através dos Simpsons. Veja um  dos grandes ícones da cultura pop Homer Simpsons, representando O Grito.







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