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sábado, 26 de novembro de 2011

Milagre Holandês


Sabe aquelas histórias fantásticas, que nos deixam impactados. Pois bem, esta é uma delas. A história de Monique é impressionante. Ela é uma daquelas pessoas que se encantam com a vida. Ela se fortaleceu nas dificuldades e descobriu suas qualidades e capacidades para enfrentar os desafios.

Monique van der Vorst  ficou parcialmente paralisada  na sua adolescência,  quando tinha 13 anos de idade depois que o    nervo de uma das suas pernas foi afetado durante uma cirurgia no tornozelo. A partir daí passou a movimentar-se de cadeira de rodas e muletas. Incentivada pelos pais e amigos  decidiu se dedicar ao ciclismo, seu esporte favorito.Ela passou a competir em jogos paraolímpicos  em uma bicicleta específica, na qual ficava sentada, com o tronco reclinado e utilizava as mãos para se locomover. Acabou conquistando seis títulos europeus e três mundiais. “Aprendi a lidar com muletas e cadeiras de rodas. Era algo desconfortável que limitava meus sonhos, mas eu era feliz com o que havia conquistado”, disse ela.

A situação piorou em 2008, quando foi  atingida por um carro enquanto andava em sua bicicleta adaptada. Monique sofreu lesões na espinha agravando sua paralisia. Ficou completamente paralisada da cintura para baixo. A atleta holandesa lutou pela recuperação. “Parecia que o destino queria tirar a minha vida aos poucos. Eu tinha dúvidas se conseguiria reagir, cheguei a pensar em desistir de tudo, mas voltei a competir”, falou. Como ela não desistiu,  nesse mesmo ano ela conquistou duas medalhas de prata nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, além de conquistar uma medalha de bronze no contrarrelógio e uma de prata na estrada do Mundial de Paraciclismo. Em 2009, se arriscou no triathlon e foi 10ª no Mundial de Ironman, no Havaí.

No ano de 2010 na Espanha, ela acabou se envolvendo em outro acidente, desta vez com um ciclista. Ela foi atingida nas costas. Seu corpo, no chão, entrou em espasmo e começou a sentir um formigamento  nos pés. O acidente  a obrigou a ficar hospitalizada por sentir fortes dores nas costas. Porém, em junho do mesmo ano, ela começou a sentir sensações incomuns em seu pé esquerdo, o que a possibilitou recuperar as esperanças de voltar a andar. Com a fisioterapia, Van der Vorst surpreendeu o mundo e voltou a andar. O episódio até rendeu um apelido à ex-paraciclista: “Milagre Holandês”.


Depois de tanto tempo paralítica, a atleta holandesa Monique van der Vorst volta a andar.  Agora ela tem  a esperança de representar o seu país nos Jogos Olímpicos de 2016. Os médicos ainda estão investigando o que aconteceu. "É mesmo bom caminhar lado a lado com alguém e conseguir olhar nos seus olhos", disse ela em declarações ao jornal britânico 'The Independent'.

Hoje aos 27 anos, ela já  recuperou a forma e trocou sua bicicleta de mão por um modelo convencional. Ela alcançou uma das mais importantes vitórias da sua vida: entrar para a equipe profissional de ciclismo. No início desta semana foi contratada pela equipe holandesa de ciclismo feminino. “Meu sonho? Disputar as próximas olimpíadas e ganhar uma medalha”, disse emocionada.

Na última terça-feira (22/11) a Rabobank anunciou oficialmente a contratação de Monique van der Vorst para a temporada de 2012. “Será um desafio interessante, pois a Monique poderá aprender muito, mas o restante das garotas com certeza também aprenderá. Ela tem atitude, força, precisão e mostrou muito a todos em sua carreira. É uma pessoa que ama o ciclismo e nós daremos a ela todo o suporte em sua nova casa”, finalizou Jeroen Blijlevens, técnico de sprint masculino e feminino da equipe.

Trata-se de uma grande história de superação e também  um grande milagre. Foi incrível como ela não se conformou com suas limitações e não desistiu de seus sonhos.  Essa história nos faz refletir e nos mostra  que na maioria das vezes  nossas limitações não são só físicas.  Monique não desistiu de  seu sonho e tornou-se uma das atletas mais importantes da atualidade. Também podemos ser derrubados por  decepções, fracassos pessoais e até mesmo pela ignorância que nos tornam indefesos diante dos problemas. Precisamos dar a nós mesmos a oportunidade de descobrir um bom motivo para estar vivos e continuar lutando. Ainda há esperança!

Shalom!

Maria Paiva Corá


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